O Pacto - Durante a guerra no Afeganistão, um intérprete local arrisca sua própria vida para carregar um sargento ferido por quilômetros de terreno extenuante.
Personagens
John Kinley (Jake Gyllenhaal)
Ahmed (Dar Salim)
Sargento Declan Brady (Alexander Ludwig)
Eddie Parker (Antony Starr)
A História
The Covenant, de Guy Ritchie, segue o sargento do Exército dos EUA John Kinley (Jake Gyllenhaal) e o intérprete afegão Ahmed (Dar Salim). Depois de uma emboscada, Ahmed faz de tudo para salvar a vida de Kinley. Quando Kinley descobre que Ahmed e sua família não receberam o visto para a América como prometido, ele deve pagar sua dívida retornando à zona de guerra para recuperá-los antes que o Talibã os cace primeiro.
Pode Ver Sem Medo?
O Sargento do Exército dos EUA John Kinley e seu pelotão estão no Afeganistão e precisam de um novo intérprete local. Kinley decide por Ahmed, apesar de sua reputação de ser difícil e muitas vezes desobediente. Há um acordo tácito entre eles: o trabalho colocará Ahmed e sua família em perigo de retaliação do Talibã, então eles receberão vistos para morar nos Estados Unidos.
Você pode achar que temos aqui apenas mais um filme de guerra, onde temos os heróis prontos para vencer o combate, mas a guerra é mais cruel que isso, e o filme traz à luz pessoas, muitas vezes anônimas, que arriscam suas vidas contribuindo para o sucesso da operação. Fica claro isso, quando percebemos que o foco está na importância do papel dos intérpretes, que além do idioma conhecem as tradições e modo de vida local. Tornando o trabalho dos soldados mais certeiro.
É um filme de guerra, com pitadas de heroísmo e muita tensão. O Pacto se passa em março de 2018, quando o envolvimento de 20 anos da América no Afeganistão estava entrando em sua reta final, e é aí que entra o desespero.
Aliás, é bem interessante assistir o documentário que está na HBO Max, A Fuga de Cabul, sobre os eventos reais dessa retirada, é algo impressionante de se ver! Ele apresenta imagens de arquivo nunca antes vistas do confronto no aeroporto de Cabul, desde a retirada das tropas dos EUA do Afeganistão até a subsequente evacuação de cidadãos afegãos depois que o Talibã tomou a cidade.
Na primeira parte do filme, vemos uma operação típica de guerra, Kinley e seus homens receberam uma pista sobre uma fábrica de explosivos do Talibã, no trajeto estão prestes a cair em uma emboscada que Ahmed percebe antes que aconteça, ganhando assim a confiança de Kinley. Apesar disso, ao explodirem a fábrica, mais talibãs são enviados para eliminá-los. A partir daí se dá o início de uma perigosa jornada de sobrevivência.
Quando Kinley é gravemente ferido, o intérprete faz de tudo para salvar sua vida, mas de volta para casa após a evacuação americana e se recuperando de sua provação, Kinley descobre que Ahmed e sua família não receberam os vistos prometidos e os talibãs estão em seu encalço. O soldado se sente no dever de pagar sua dívida e volta para tirá-los do país em segurança.
Durante essa segunda metade do filme, que foca na sobrevivência e resgaste de Kinley e Ahmed, podemos perceber o número infinito de talibãs que dominam o local, ficando claro que nenhuma ocupação será efetiva em eliminá-los, apenas contê-los. É durante essa jornada dos dois que o filme traz a humanidade e a lealdade para o campo de guerra, fazer a coisa certa apesar dos obstáculos pelo caminho. A atuação de Dar Salim é incrível e cheia de realismo, comunicando toda a intensidade do filme mesmo em cenas sem diálogo.
Para finalizar, a mensagem que ecoa na cabeça de Kinley ao voltar pra casa, se torna uma analogia à retirada das tropas do Afeganistão. Como posso dormir em paz sabendo que quem me ajudou a chegar aqui continua lá, se escondendo, prestes a morrer? Promessas precisam ser cumpridas...
Enfim, um filme de guerra, onde a habitual bravura militar americana entusiasmada é minimizada para se concentrar no apoio estratégico fornecido por intérpretes no terreno, que arriscaram ser rotulados como infiéis e marcados por represálias do Talibã. Mostra o drama de dois homens de culturas muito diferentes, mas que mantém a lealdade até o fim. E fica a lembrança dos cinquenta mil deles que foram empregados durante as duas décadas da guerra, com muitos mortos, antes que os Estados Unidos pudessem cumprir seu acordo de realocá-los.
Curiosidades:
- Os créditos finais mostram fotos diferentes das dos atores. Muitos filmes fizeram isso, ao contar uma história real. Mas esta história é totalmente inventada, embora semelhante a alguns eventos reais.
- O final foi filmado no reservatório de Amadorio, na Espanha, uma represa localizada entre as cidades de Villajoyosa e Orcheta em Alicante, uma reserva natural popular entre os caminhantes e ciclistas.
- Originalmente intitulado "The Interpreter", foi alterado para "Guy Ritchie's The Covenant" para evitar qualquer confusão com o anterior O Pacto (2006).
Avaliações:
IMDB – 7,5
Rotten Tomatoes – 84%
Onde assistir?
O Pacto está na Prime Video.