A Sociedade da Neve - sobre o terrível acidente de avião que deixou um time uruguaio de rugby preso nos Andes.

 

Personagens

 

A História

Em 1972, um avião fretado para levar um time de rúgbi do Uruguai ao Chile sofre um acidente nos Andes. Presos em um dos ambientes mais inacessíveis e hostis do planeta, os sobreviventes recorrem a medidas extremas para continuar vivos.  

 

 

Pode Ver Sem Medo?

 

 

A história começa com a narração do passageiro Numa falando sobre o fático dia 13 de outubro de 1972, sobre os efeitos que um trauma extremo pode ter nas pessoas.

Então, voltamos aos dias antes do acidente, vemos o time de rugby jogar em Montevidéu, Uruguai. Depois nos encontramos no terceiro ato com os jogadores Roberto e Nando, já no vestiário, recolhendo o dinheiro e dizendo que precisam encher o avião.

A equipe tem planos de uma viagem de campo a Santiago, no Chile, onde os alunos poderão se divertir, sair com garotas, com os amigos, incluindo o estudante de direito Numa, que convencem a ir junto, justificando ser um fim de semana para desabafar antes da formatura e da idade adulta e que essa pode ser sua última viagem juntos.

Durante o voo, a câmera fluida se move pelo corredor, capturando os jovens relaxando, jogando cartas e conversando enquanto o documentarista do grupo, Tintim, tira fotos. Um grupo discute como é perigoso voar pelos Andes por causa da sucção criada pelos ventos quentes da Argentina e pelo ar frio das montanhas.

Logo em seguida, com muita turbulência o clima do voo muda, em pouco tempo, os penhascos se estreitam, as asas são arrancadas, o avião se divide em dois e alguns dos passageiros são sugados para fora. As cenas são aterrorizantes, você se sente naquele momento de desespero. Neve, detritos e vento rodopiam pela fuselagem aberta. Fileiras de assentos deslizam para frente, empalando alguns passageiros, ossos são quebrados.

A parte da frente do avião cai escorregando rapidamente para o seu local de descanso final - com uma fração dos passageiros ainda vivos, apesar de muitos feridos. E a cauda foi arremessada para longe deles, junto com os outros passageiros que não teriam como ter conseguido sobreviver.

Os sobreviventes enfrentam temperaturas congelantes, colegas gravemente feridos e um escasso suprimento de alimentos enquanto tentam descobrir como sobreviver tempo suficiente para serem resgatados.

Depois de 10 dias eles descobrem que as buscas foram encerradas pois nada foi encontrado e só serão retomadas em fevereiro, quando começa o degelo e a visibilidade melhora. O desespero que toma conta dos sobreviventes enquanto eles ouvem a notícia, sabendo que para o mundo eles já são considerados mortos, é angustiante demais.

Quando você se depara com nada além de frio e morte quase certa, como você encontra vontade de continuar? A história passa a ser não apenas sobre sobrevivência, mas também sobre como manter a esperança. Nas tomadas aéreas, quanto mais a imagem se afasta, mais fica claro a imensidão "de nada" em que eles estavam imergidos.

A tragédia tomou rumos angustiantes quando, para se manterem vivos, depois de já terem comido até os cardarços dos sapatos, os sobreviventes se viram obrigados a comer os restos mortais dos falecidos. Enfretando um dilema moral e religioso, com uma turbulência psicológica, física e emocional que cada um teve que lidar para conseguir sobreviver.

Arturo, um dos sobreviventes que está ferido, em uma conversa com Numa é profundo em sua reflexão sobre o que é ter fé naquela situação. Sobre em quem acreditar, em como se guiar em uma situação extrema que ninguém está preparado para enfrentar.

Dizendo que o estão passando ali não se pode ver com os olhos de antes, e que crer em outro Deus naquele cenário, o que está na figura de cada um dos companheiros, em cada ato que estão executando para cuidar dele e mantê-lo vivo.

Mostrando de forma humana, profunda e poética que nós, seres-humanos, precisamos nos adaptar às necessidades de cada situação.

Acompanhamos os mais de 70 dias em que cada um lutou e tentou de tudo para que conseguissem resistir, assistindo a entrega, a dor, o corpo desistindo e definhando, a persistência até o limite para achar ajuda, é um filme que te faz sentir e sentir a cada cena. A

pós 72 dias presos na neve, somente 16 jovens que estavam no acidente foram resgatados - um "milagre" que comoveu a opinião pública mundial.

Se você procura um filme que traz uma outra visão sobre uma tragédia conhecida, focando na resiliência humana, então você pode ver sem medo.    

 

 

Curiosidades:

• Carlos Páez, é um sobrevivente real, que faz o papel do próprio pai no filme.
• Um dos sobreviventes (Fernando 'Nando' Parrado) faz o papel de Membro da Família do Aeroporto no filme.
• Inscrição oficial da Espanha para a categoria 'Melhor Longa-Metragem Internacional' do 96º Oscar em 2024.

 

Avaliações:

IMDB – 8,0

Rotten Tomatoes –  90%

 

Onde assistir?

A Sociedade da Neve está na Netflix.